É
sabido que todo e qualquer movimento de massas necessita de um hino. Em
particular se esse movimento se pautar por alguma violência ou entusiasmo.
É
assim que temos os hinos das selecções, os hinos nacionais, as marchas
militares… Não apenas os ritmos ajudam às movimentações como as letras empolgam
quem os canta.
De
igual forma temos os gestos. Em regra com uma mão, fechada ou aberta, no peito,
na cabeça, acima dela. Esse gesto, tal como os hinos, identifica quem o faz,
sincroniza multidões, canaliza energias.
Nos
tempos que correm gestos novos são difíceis de encontrar. De uma forma ou de
outra, a história recente tem-nos usado quase todos, sobrando ainda as conotações
políticas de cada um. É, assim, difícil ter um gesto que una vontades e aspirações
e que seja neutro para com o passado recente.
Difícil
mas não impossível!
Proponho
eu este gesto. Um clássico. Pouco ou nada filosófico. Conhecido por todos e com
significado mais ou menos explícito. Um gesto que todos, em uníssono, podem
fazer para demonstrar os seus sentimentos para com os governantes que nos andam
a assaltar os bolsos e as dispensas.
Um
gesto que não creio haver alguém que algures na sua vida não tenha feito, mais
ou menos às claras ou às escondidas e com muita raiva. A raiva que todos
sentimos.
Em
contraste com o “Grândola”, assumido como hino de revolta mesmo não sendo muito
ritmado, sugiro que em vez de um punho fechado ou aberto lhes façamos o clássico
“dedo do meio”, sem pudores nem ideias partidárias.
Na
discrição do vosso computador e longe das vistas mais pudicas, experimentem
este gesto de revolta. Com força. Com genica. Com alma. Pensando naqueles
contra quem, mais alto ou mais em surdina, têm vindo a protestar.
E
digam-me, depois, se este pode ou não ser “O Gesto” que acompanhe os protestos
públicos?
By me
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