Existe
aquela questão, meio brincadeira, meio séria, que reza assim:
Se
fosse possível alguém comer o próprio corpo, e começando pelos pés, quando
comesse o estômago para onde ira a comida?
Isto
a propósito de um artigo do jornal i, que titula da seguinte forma: “Partidos
travam candidaturas independentes às eleições legislativas”.
O
texto fala nas reacções partidárias a uma petição on-line que reuniu mais
de
seis mil assinaturas.
Quem
se pronuncia pelo CDS, pelo PSD e pelo PS aceita a ideia mas com muitas reservas.
Quem se pronuncia pelo PCP recusa liminarmente a ideia. Do BE não há informação.
A
proposta de alterar o artigo 151 da constituição será discutida mas, o mais
certo, é ser recusada.
Isto
nada tem de estranho, já que as organizações privadas que gerem o país, os
partidos políticos, não são autofágicos, não cometem canibalismo sobre eles
mesmos e, muito naturalmente, nunca aceitarão decidir terminar com a
exclusividade que têm no acesso ao parlamento.
Imagine-se,
por mero exercício de retórica, que seria eleito alguém como eu ou você, livres
de compromissos privados, sem disciplina partidária, que proporia e votaria
leis à revelia das opiniões dos lideres partidários e que consultaria amiúde a
opinião dos seus representados, praticando uma espécie de democracia que não a
representativa?
Isto
seria uma coisa a que se poderia chamar de “revolução de dentro para fora”,
coisa que nenhum partido político, seja qual for o seu quadrante, poderá
aceitar!
By me
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