Não faço questão
que me entendam. E muito menos que sigam as minha pegadas. Faço questão, isso
sim, que saibam!
Que saibam que as
pessoas não são caça, pequena ou grossa, que se leve para casa.
Que as pessoas não
são números, identificáveis nas pastas e arquivos das domus ou grandes
empresas.
Que as pessoas não
são mercadoria ao alcance de uma qualquer câmara fotográfica.
Por isso mesmo não
fotografo pessoas desconhecidas. Muito raramente o faço. A excepção é quando vêm
para a rua protestar e exibir o seu protesto.
Aí faço questão de
lhes dar voz. Melhor, visibilidade.
E quando fotografo
alguém nestas condições, não estou a fotografar aquela pessoa em particular.
Estou, antes sim, a fotografar o protesto, ali materializado por um ser humano.
Um de muitos, centenas ou milhares.
A excepção à
excepção acontece aquando de manifestações de minorias. Minorias que,
individualmente, não têm voz, não têm espaço, não têm coragem ou oportunidade
de se afirmarem enquanto seres humanos com vontade de viver mas guetizados por
conservadorismos atrozes ou desumanidades incríveis.
As pessoas não são
troféus que quanto mais difíceis de encontrar e apanhar mais valor tenham.
Sejam elas quem dorme na soleira da porta de um prédio, ou quem tem uma
sexualidade diferente da minha, ou quem tem um corpo diferente do meu.
Os únicos troféus
que quero são os que consigo por ter ido mais longe no saber aproveitar a luz
ou dominar a perspectiva. Nunca à custa dos outros!
E faço questão de
ser coerente a cada disparo fotográfico que faço.
Nota adicional – Para
quem quiser e poder, no próximo sábado dia 20 de Junho terá oportunidade de
praticar o acima descrito: a Ética fotográfica.
Com partida pelas
17 horas da Praça do Príncipe Real, em Lisboa, e espraiando-se pela cidade até
ao seu centro, a marcha LGTB animará os espaços com as suas cores, alegrias, e
protestos pela igualdade de viver e amar como se quer.
By me
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