O feitiço e o
feiticeiro
Costumo perguntar,
quando me contam que gostariam de ir lá longe fotografar ou fazer uma
reportagem ou mesmo apenas conhecer o outro lado do mundo: “De que cor é o prédio
em frente ao teu?”
As mais das vezes
demoram alguns segundos, três ou quatro, para responder.
E continuo,
afirmando que aquilo que se trás de lá longe será importante. Mas se não se
conhecer o que nos fica realmente perto (a rua, os vizinhos, nós mesmos) o mais
que traremos serão imagens luxuriantes, belas ou trágicas, mas certamente que não
se trará o conhecimento de lá longe. Apenas as imagens. E um menos que arranhar
a superfície do lá longe.
Moro nesta rua há
quase uma dúzia de anos. E tenho tentado praticar o que acima disse, tentando
conhecer o que me fica de muito perto. Nas vivências, no observando, no
escutando, no conversando. No fotografando.
Pois só hoje vi
este jogo de luz. Não houve mudanças de construções, árvores arrancadas nem
nenhum elemento extra que me tivesse, anteriormente, impedido de o ver.
Apenas não sabia “de
que cor é o prédio em frente ao meu”.
Irei deitar-me
hoje muito mais rico que ontem!
By me
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