Com o passar dos
anos a nossa capacidade de ficarmos surpreendidos diminui.
Ou porque as
nossas expectativas são diferentes, ou porque já vimos um pouco de tudo, ou
porque nos tornamos cépticos… o certo é que com o passar dos tempos nos vamos
surpreendendo cada vez menos.
Mas ontem fiquei
de boca aberta. A tal ponto que mal tive tempo de rapar da câmara do bolso e
fazer o registo de dentro do autocarro.
Quem diabo paga
esta campanha? Que o uso destes painéis publicitários não é exactamente barato.
Nem o imprimir com tal tamanho.
Na mesma temática,
é interessante observar como o cidadão anónimo se deixa levar pelas campanhas,
quer sejam a favor, quer sejam contra. Sem saberem os argumentos que existem
num ou noutro sentido.
Como em tantas
outras circunstâncias, é uma questão de mera empatia, de fé como num deus. E
quanto mais conhecida for a figura, mais os amores e os ódios se exacerbam.
E recordo, na
mesma linha, como há uns anos a populaça se juntava nas ruas em defesa e em
acusação de Carlos Cruz, baseando os seus argumentos em coisa nenhuma. Ainda
antes mesmo de um julgamento e da confrontação de factos concretos e
contra-argumentação.
Tal como agora.
Com Carlos Cruz o
termo “pedofilia” veio para a boca do povo. E toda a gente ficou a saber o que
era, pese embora ser prática ancestral.
Com José Sócrates o
termo “corrupção” veio para a boca do povo e toda a gente veio a saber que
existia, apesar de ser prática ancestral.
Pergunto-me sobre quem
será a próxima figura pública que colocará nas ruas um crime ou delito velho de
séculos e que irá dividir as opiniões e paixões populares.
By me
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