domingo, 21 de junho de 2015

LGBT 2015





Se eu estive presente?
Claro que estive presente! Tinha-me comprometido a isso e gosto de cumprir com os meus compromissos.
Se estava calor?
Claro que estava calor! Afinal, a meteorologia tinha-o previsto e costumam acertar. Além do mais, sempre foi véspera do início do verão.
Se consegui fazer boas fotografias?
Claro que … não consegui fazer boas fotografias!
Fiquei profundamente desapontado com o que aconteceu ontem, ao invés do que tem acontecido em eventos similares noutros anos!
A Marcha do orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) transformou-se em mais um desfile politico-partidário.
Claro que a questão é política! A vida é uma sucessão de actos políticos e a defesa dos direitos de minorias, seja qual for o seu cariz, é política.
Agora partidária… Ora batatas!
Estiveram presentes partidos políticos, com cartazes e figuras de proa. Que botaram discurso para as câmaras dos media. Como se uma manifestação partidária ou sindical se tratasse. Exactamente aqueles partidos e figuras de proa que não compareceram noutras ocasiões similares noutros anos. Talvez que o acto eleitoral previsto para Setembro/Outubro seja pertinente nesta atitude.
Por outro lado, muitas foram as caras que ali não vi. Pessoas que têm estado sempre presente em marchas do mesmo teor, ontem primaram pela ausência. Gente do mundo das artes e das letras, gente vestida “à civil” ou exuberantes nos seus trajes e adereços. Talvez que avisadas da transfiguração do desfile.
Por fim, demasiado organizada. Caras conhecidas de outros eventos de rua subiam e desciam a manifestação acelerando ou retardando os grupos, tal e qual outras manifestações.
Não fosse a multiplicidade de cores e a invulgaridade de alguns comportamentos, e diria que estava numa campanha eleitoral ou que teria sido organizada por uma central sindical.

Não sou repórter fotográfico. Não consigo deixar de parte as emoções e sentimentos perante aquilo que fotografo. A imparcialidade na fotografia não é o que procuro.
Ontem, as fotografias que fiz aconteceram mais por um “dever” de o fazer, já que lá estava, que por um estar imanado nos protestos e causa ali exposta.
Ontem não foi um bom dia fotográfico.
O único desafio que se manteve inalterado foi o de manter a ética fotográfica e não fulanizar os presentes. Mas isso, creio, está-me no sangue. 

By me

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