Se eu estive
presente?
Claro que estive
presente! Tinha-me comprometido a isso e gosto de cumprir com os meus
compromissos.
Se estava calor?
Claro que estava
calor! Afinal, a meteorologia tinha-o previsto e costumam acertar. Além do
mais, sempre foi véspera do início do verão.
Se consegui fazer
boas fotografias?
Claro que … não
consegui fazer boas fotografias!
Fiquei
profundamente desapontado com o que aconteceu ontem, ao invés do que tem
acontecido em eventos similares noutros anos!
A Marcha do
orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) transformou-se em mais
um desfile politico-partidário.
Claro que a questão
é política! A vida é uma sucessão de actos políticos e a defesa dos direitos de
minorias, seja qual for o seu cariz, é política.
Agora partidária…
Ora batatas!
Estiveram
presentes partidos políticos, com cartazes e figuras de proa. Que botaram
discurso para as câmaras dos media. Como se uma manifestação partidária ou
sindical se tratasse. Exactamente aqueles partidos e figuras de proa que não
compareceram noutras ocasiões similares noutros anos. Talvez que o acto
eleitoral previsto para Setembro/Outubro seja pertinente nesta atitude.
Por outro lado,
muitas foram as caras que ali não vi. Pessoas que têm estado sempre presente em
marchas do mesmo teor, ontem primaram pela ausência. Gente do mundo das artes e
das letras, gente vestida “à civil” ou exuberantes nos seus trajes e adereços. Talvez
que avisadas da transfiguração do desfile.
Por fim, demasiado
organizada. Caras conhecidas de outros eventos de rua subiam e desciam a
manifestação acelerando ou retardando os grupos, tal e qual outras manifestações.
Não fosse a
multiplicidade de cores e a invulgaridade de alguns comportamentos, e diria que
estava numa campanha eleitoral ou que teria sido organizada por uma central
sindical.
Não sou repórter fotográfico.
Não consigo deixar de parte as emoções e sentimentos perante aquilo que
fotografo. A imparcialidade na fotografia não é o que procuro.
Ontem, as
fotografias que fiz aconteceram mais por um “dever” de o fazer, já que lá
estava, que por um estar imanado nos protestos e causa ali exposta.
Ontem não foi um
bom dia fotográfico.
O único desafio
que se manteve inalterado foi o de manter a ética fotográfica e não fulanizar
os presentes. Mas isso, creio, está-me no sangue.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário