sábado, 13 de junho de 2015

Ganhos e perdas





É uma mania que eu tenho: não corro para apanhar um comboio ou autocarro!
A gestão de tempo que faço tem, entre outras condicionantes, a existência de margem de manobra para que existam imprevistos: um transporte que se não apanhou, um café que apeteceu tomar, uma garota que soube bem observar, uma conversa que surgiu.
Vai daí que, em estando a chegar à estação, estava também a chegar um comboio. Ou bem que ele esperava por mim (o que sei que não faria), ou bem que eu correria (o que eu não faria), ou então esperaria eu pelo seguinte, que é garantido e está dentro dos meus “timings”. Foi o que fiz.
Mas, sendo certo que entre duas composições medeiam trinta minutos, e sendo certo também que de um dia para o outro pouca coisa nova haveria de aparecer caída na linha (é local que observo com atenção, que somos sempre surpreendidos com o que por lá encontramos) decidi usar um pouco desse tempo do outro lado da estação.
É tão atraente (ou tão pouco) quanto o lado que conheço bem: passeio, escadas, automóveis, prédios. Tem a desvantagem de não possuir um quiosque, pelo que ali não compro cigarros. Também não tem, por perto, um cafezinho onde possa tomar uma bica em jeito de matar o tempo.
Mas tem a vantagem de possuir umas floreiras, nem sempre muito bem cuidadas, mas onde a natureza se manifesta, independentemente da vontade humana.
Foi assim, neste matar de tempo, que dei com isto. E uma ligeira borrifadela com a água do pulverizador completou a coisa. O que, estou certo, deixou a florzinha agradecida, que o calor tem apertado.
Moral da história: O que eu teria perdido se tivesse corrido para o comboio!

By me

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