É uma mania que eu
tenho: não corro para apanhar um comboio ou autocarro!
A gestão de tempo
que faço tem, entre outras condicionantes, a existência de margem de manobra
para que existam imprevistos: um transporte que se não apanhou, um café que
apeteceu tomar, uma garota que soube bem observar, uma conversa que surgiu.
Vai daí que, em
estando a chegar à estação, estava também a chegar um comboio. Ou bem que ele
esperava por mim (o que sei que não faria), ou bem que eu correria (o que eu
não faria), ou então esperaria eu pelo seguinte, que é garantido e está dentro
dos meus “timings”. Foi o que fiz.
Mas, sendo certo
que entre duas composições medeiam trinta minutos, e sendo certo também que de
um dia para o outro pouca coisa nova haveria de aparecer caída na linha (é
local que observo com atenção, que somos sempre surpreendidos com o que por lá
encontramos) decidi usar um pouco desse tempo do outro lado da estação.
É tão atraente (ou
tão pouco) quanto o lado que conheço bem: passeio, escadas, automóveis,
prédios. Tem a desvantagem de não possuir um quiosque, pelo que ali não compro
cigarros. Também não tem, por perto, um cafezinho onde possa tomar uma bica em
jeito de matar o tempo.
Mas tem a vantagem
de possuir umas floreiras, nem sempre muito bem cuidadas, mas onde a natureza
se manifesta, independentemente da vontade humana.
Foi assim, neste
matar de tempo, que dei com isto. E uma ligeira borrifadela com a água do
pulverizador completou a coisa. O que, estou certo, deixou a florzinha
agradecida, que o calor tem apertado.
Moral da história:
O que eu teria perdido se tivesse corrido para o comboio!
By me
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