E
depois há sempre aquela conversa de elevador em que alguém saúda outrem,
dizendo-lhe:
“Bom
dia!”
E
o outro responde:
“Bem,
já passa das doze. Boa tarde.”
“Pois”,
ouve-se de volta, “mas eu ainda não almocei. ”
E,
enquanto se está nesta ou noutra, o dito elevador chega ao primeiro destino e a
questão de se é dia ou tarde deixa de ter qualquer importância.
A
alternativa a estas conversas de cubículo é versar sobre o tempo: calor, frio,
chuva, vento, neve mesmo. As mais das vezes, em tom de insatisfação.
Ou,
em havendo mais um elemento a bordo, criancinha ou canito, em como são bonitos,
bem comportados ou com uma vida descansada.
Sobra,
em nenhum destes temas ter sido chamado a terreiro, o estado de conservação do
elevador, a velocidade a que fecham as suas portas ou quantas lâmpadas ainda
funcionam.
Em
último recurso, e em havendo alguma familiaridade, pode-se sempre fazer um
qualquer galanteio, que é coisa que fica sempre bem e é igualmente
inconsequente.
Tretas!
By me
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