Uma ocasião tive
uma disputa séria com o director de um curso profissional.
Queria ele que em
quinze horas, cinco manhãs, preparasse eu um grupo de adultos para o exercício
do meu ofício.
Claro que o tempo
era muito menos que escasso, mas o que se lhe seguiria poderia colmatar essa
falha. Mas o que me custava era o facto de serem cinco dias consecutivos.
Isto porque de um
dia para o outro não há tempo para amadurecer ideias, consolidar conceitos,
fazer pesquisas, criar dúvidas.
Seria um
descarregar de conhecimentos, essencialmente teóricos que, em chegando ao fim,
mais não estaria que “colados com cuspo”. Quase que inúteis.
Acabei por ficar
vencido na discussão. Com os resultados, esperados, que hoje conheço.
Efectivamente, o
conhecimento, o saber, não é algo que se adquira como quem come uma refeição
num fast-food. Há que ser digerido, interiorizado, consolidado. Há que dar
tempo para que se pratique ou medite no ouvido, visto ou feito, para que deixe
de ser um mero papaguear e passe a ser algo enraizado.
Nos tempos que
correm é o que mais se oferece e o que mais se procura: conhecimento rápido!
Qual é botão em que carrego, o que é que devo fazer, como devo agir.
Os porquês de tais
actividades, a solidez de tais saberes, a capacidade de juntar dois factores e
encontrar um terceiro… dá trabalho, é dispendioso e moroso.
Os formadores
procuram lucros rápidos, os formandos aprendizagens rápidas, os fabricantes
vendas rápidas.
No entanto… as
coisas boas da vida fazem-se devagarinho.
By me
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