Largo do Rossio,
ou de D. Pedro IV, em Lisboa. Sábado, 22.45, 1 de Novembro.
A praça ex-libris
da cidade está cheia de vida, pese embora a hora.
Na minha frente, o
teatro Dona Maria. De luzes apagadas, na sua frente uma carrinha de uma ONG,
que antigamente chamavam de “caridade”, distribui alimentos pelos “sem abrigo”,
que antes se chamavam de “pobres”.
Ao centro, uma das
fontes que ilustram a praça. As luzes a meio gás, sem água, exactamente como a
sua irmã gémea, na outra ponta da praça.
Do lado esquerdo,
duas moças e uma rapaz, repastam-se num pique-nique improvisado, saído de uns
sacos de plástico e comido em cima de um dos bancos de pedra. São frios, os
bancos, mas a noite está cálida, sem vento, e a juventude nem liga a tais minudências.
Do outro lado da
praça, o restaurante de fast-food está repleto. Tal como no banco no meio da
praça, a língua dominante é o inglês, mesmo que não seja nativa.
Mesmo em frente um
carro patrulha. Do mesmo modo que o outro, que está nas minhas costas,
encarregam-se de uma operação-stop, especialmente vocacionada para taxistas e
camiões de mercadorias. Que, mesmo a esta hora e neste dia, aqui circulam.
Ocasionalmente, lá fazem parar carros de matricula estrangeira ou motos
potentes.
À esquina com o
largo da Independência, o que resta do que parece ter sido um magusto, com
meses e o que sobra de caixas e sacos. Aqui estão divertidos, tal como nos hambúrgueres
e no banco ao centro da praça.
Só aqui.
Nem os restantes
turistas, que atravessam a praça ignorando os semáforos, nem aqueles cujo negócio
não muito claro (de dia ou de noite) e que se incomodam com a presença dos polícias,
nem aquele estranho que segura uma câmara fotográfica com uma corrente de
autoclismo… nenhum destes parecem divertidos, apesar de não relatados nem fotorregistados.
Nem sei para que
faço o registo! Talvez que por causa das ondinhas no chão que, indiferentes a
quem passa, ondulam contra tudo e contra todos,
By me
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