No trajecto entre
a estação de Alvalade e a estação do Rossio, de metropolitano, foi a composição
atravessada de ponta a ponta por pedintes cegos. Cinco, um dos quais, na
verdade, eram dois: um homem na frente, uma mulher atrás guiada pelo seu ombro.
Em duas das saídas
para a superfície, no Rossio, dois outros, igualmente cegos.
De comum a todos o
acto de pedir uma esmola em dia de chuva, a cana branca na mão e o ar
contristado daqueles por quem eles passavam, numa carruagem já quase a
abarrotar.
Está tudo bem, não
está?
Está tudo a ficar
melhor, dirão os ministros alarpadados em gabinetes cuja decoração vendida a retalho
daria de comer durante uns anos a muitos mais do que os que vi hoje.
By me
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