terça-feira, 25 de novembro de 2014

Símbolos



Uma ocasião, há muitos anos, fui fazer umas fotografias nocturnas ali para a avenida Defensores de Chaves, em Lisboa.
Estava eu entretido e solitário a fazer o que me propunha quando fui abordado por uma patrulha da PSP, que chegara de carro.
Queriam saber o que estava eu ali a fazer, quem era eu, os meus documentos… o costume.
Apresentados os documentos em regra e usando de um tom coloquial e sarcástico, quis eu saber o que se passava e o que havia motivado a sua intervenção.
O meu cartão profissional havia acalmado a raiva dos esbirros e, com algumas desculpas implícitas, disseram-me que alguém havia apresentado queixa. Mas que estava tudo bem.
Foram-se embora, eu terminei o que queria e regressei pelo mesmo caminho, em direcção à paragem de autocarro.
No trajecto fui mimoseado com alguns insultos e ameaças. A minha presença, nada discreta, e ainda que isolado e longe da zona do negócio, havia afastado clientes às prostitutas que ali trabalhavam. E os proxenetas, no seu papel de protectores do negócio, haviam chamado a polícia. Que foi.

Esta história, verídica, é velha de muitos anos.
Mas por algum motivo os recentes acontecimentos mediáticos ma lembraram.
E a imagem, que não é nocturna, nem dessa época, nem desse local, foi a que me apeteceu repescar do arquivo.


By me

Sem comentários: