sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A placa



A placa foi ficando, com a certeza que haveria motivos para a indicação. Bastaria trocar “gripe “ por qualquer outra coisa.
Preparavam-se os serviços respectivos para emitir o despacho que mandaria escrever “ébola” quando alguém alertou que, afinal, seria “legionella”.
E já estava a ser nomeada uma comissão de estudo para se debruçar sobre a grafia do termo, que não consta do novo acordo ortográfico, e logo surgiu um novo motivo para escarrapachar no aviso: “corrupção”.
O vogal da autarquia, que é primo em segundo grau do tio do dono da fábrica que fornece os moldes para as letras, avisou logo:
“Não contam comigo para usar o telefone. Afinal o letreiro é quase dourado e não quero chatices.”

Lá nos serviços todos esperam que haja um surto de gripe para provar o quão preventivos e sagazes eles são.

By me 

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