Aqueles que estão
ligados à educação infantil e pré-primária sabem bem melhor que eu aquilo de
que falo:
A representação
gráfica da criança passa bem mais por ícones do que vê, sente e imagina que por
uma representação exacta da luz, cor e volumes.
A transformação
dos “gatafunhos informes” para a representação “fiel” com escalas, perspectivas
e “correcção” dos traços é algo que vai sucedendo aos poucos, em parte fruto do
hábito do que vai vendo feito por outros, em parte fruto da receptividade que
vai tendo de terceiros ao que vai fazendo.
É uma aprendizagem
moldada numa cultura visual em que a geometria Euclidiana impera e onde o fac
símile “é vital”.
A fotografia,
enquanto sistema pré-programado de representação, fiel a uma geometria e
reprodução de cores e luzes, bem como a sua rectangularidade, será o expoente
máximo desse moldar cultural, em que largá-lo é das coisas mais difíceis de
fazer.
Não tenho nem
conhecimentos de pedagogia infantil nem oportunidade para o fazer. Mas bem que
gostaria de ir aprender com os pequenotes o como fazer fotografia, bem para
além de tudo o que a nossa cultura nos impõe, explorando bem mais os
sentimentos implícitos que as formas e geometrias explícitas.
“Olha, é o
comboio!”, disse-me o petiz sorridente, ainda não estreante da primeira classe,
mostrando-me esta imagem feita com a câmara que lhe havia cedido.
By me and
Rui
Sem comentários:
Enviar um comentário