E
diz-me aquela jovem senhora, com idade para ser minha filha e com um salário
inferior ao meu:
“E
não quer a factura para deduzir no IRS ou apresentar no seu seguro de saúde?”
Disse-lhe,
com cara séria, que faço questão de nada apresentar para deduções e que faço
questão de não ter seguro de saúde. Que quantos mais forem a alimentarem os
seguros de saúde, privados, mais ineficazes serão os serviços públicos de saúde.
Para os quais já descontamos com nossos impostos.
“Pois”,
respondeu-me. “Mas eu não tenho vida nem me apetece ir às cinco da manhã para
uma fila para conseguir uma consulta.”
Não
sei se entendeu quando lhe acrescentei que quantos mais forem a ter essa
atitude maior será o tempo de espera por uma consulta. Que esses, os que não têm
outro remédio, p’la idade ou falta de recursos, não têm força para exigir
melhores serviços.
Tive
vontade de puxar dos galões à cor das minhas barbas e cabelo e dar-lhe um
valente par de palmadas no rabo, que ainda está em muito boa idade de aprender
umas coisas.
Só
que, e para ser eficaz, teria que o fazer a mais uns milhares de pessoas e
seria muito cansativo.
By me
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