“Aquele
tom de voz não engana ninguém. Ele é um bom bocado picolho.”, disse a voz
feminina.
“Sim,
tem muito pouco de másculo aquele fulano.”, confirmou a voz masculina.
Apesar
de lhes ter reconhecido a voz e o lugar de onde vinha, virei-me para ter a
certeza de quem tal tinha dito. E não estava enganado.
Tinha
era estado enganado mais de duas dezenas de anos, ao reconhecer méritos
intelectuais e humanos à mulher que teceu tal comentário.
Já
sobre o homem que concordou não tinha eu opinião formada. Passei a ter.
Que
quem emite opiniões assim, achincalhando, sobre as eventuais orientações
sexuais de alguém que se não conhece e baseadas no tom de voz…
Este
homem e esta mulher estavam nos seus postos de trabalho e por lá continuaram.
Onde deixaram de estar, garantidamente, é naquele grupo de pessoas que
cumprimento à passagem ou com quem me apetece trocar ideias.
Que
o mundo deles não é certamente o meu no tocante a respeitar terceiros e às suas
vidas privadas.
Para
este homem e esta mulher, bem como a todos os que alinham por esta forma de
pensar, deixo o título de uma canção de Lily Allen: “Fuck you (very very much)
By me
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