Zonas
há, de qualificação “superior”, em que é interdito o colocar objectos nas
janelas. Mesmo aparelhos de ar condicionado têm que estar escondidos.
Esta
norma dos condomínios inclui o estender da roupa a secar.
Claro
que este impedimento obriga a possuir máquinas de secar roupa, com o que isso
implica de consumo energético. Suportado pelo utilizador e por todos nós, já
que do ponto de viste ecológico, nada tem de barato.
Por
mim, sou radicalmente contra isso!
Por
um lado, a questão arquitectónica nada tem de polémica: depois de feito e
entregue ao cliente, o edifício pertence ao seu proprietário e utilizadores. O
urbanismo de autor ou de secretária não se pode sobrepor à utilização e evolução
que os cidadãos dão ao que é seu.
Por
outro, muito naturalmente, a questão ecológica. Mesmo que com energias
alternativas e renováveis, as torres eólicas ou as barragens transfiguram a
superfície e os ecossistemas.
Por
fim, a questão pessoal: gosto de ver as roupas a secar (ou corar) ao sol. Dão
brilho e cor às fachadas, dão vida ao frio das vidraças e ao neutro dos betões
e fazem transbordar para o exterior as vidas pessoais.
Em
tempos, as roupas só eram lavadas às segundas-feiras. Que o domingo era dia da
família e da missa e não se faziam estas coisas. As mulheres, trabalhando em
casa, dedicavam o dia seguinte a tal actividade.
Hoje
as roupas são lavadas quando possível, quando os dias de folga que já não
coincidem com o domingo permitem e o São Pedro dá um ar da sua graça e ajuda a
secar roupa. De cama, de banho, mesa ou de trabalho.
Acresce-se
que o lavar e estender roupa a secar já não é actividade exclusivamente
feminina. Quem se passeie por bairros não “finos” verá homens e mulheres, de
todas as cores e idades, a fazer o que há de mais natural: cuidar do ninho.
By me
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