quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Autómatos



Nos meus tempos de catraio, os divertimentos não eram nem melhores nem piores: eram diferentes!
Começava por haver menos variedade. O que, entre outras coisas, levava a que cada um fosse conhecido até ao tutano, sendo a satisfação não só a antecipação do que sabíamos ser bom como também a confirmação de que gostávamos daquilo.
Um dos divertimentos que tínhamos era… a banda dos macacos.

Em aparelhos de vidro, como até há uns tempos existiam as gruas para tirar um brinde a troco de uma moeda (que raramente se tirava), existia uma espécie de um estrado onde se alinhavam uma variedade de macacos, cada qual com o seu instrumento.
Ao colocarmos a moeda (que já nesse tempo se usava o esquema de “sacar o dinheiro” aos incautos), a boa da banda começava a tocar uma música (não me recordo de quais, mas sei que variavam). Em boa verdade, os bonecos apenas mexiam mecanicamente, sendo a música produzida pelo estranho e misterioso mecanismo interior. Mas isso nem interessava aos catraios que nós éramos.

Estes e outros autómatos podem ser vistos no Museu do Autómato, (Museu d'Autòmats del Tibidabo) no parque de diversão de Tibidabo, em Barcelona. Já não têm o sistema de moeda, apenas um botão para os accionar, mas estão num maravilhoso estado de conservação. Recomenda-se a quem vá para aquelas bandas Ibéricas.

Hoje, nas lojas e cafés, o que há de mais parecido visualmente, são estes bonecos de plástico, vendidos como extra a acompanhar uns doces de características suspeitas e a preços quase proibitivos para crianças gastarem. Apelativos porque menos comuns, são objecto de atenção durante os 15 a 20 minutos até a “magia” passar ou surgir outro apelo, na mesma montra ou noutra ao lado.

Sem música e sem magia.

By me

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