Nos
meus tempos de catraio, os divertimentos não eram nem melhores nem piores: eram
diferentes!
Começava
por haver menos variedade. O que, entre outras coisas, levava a que cada um
fosse conhecido até ao tutano, sendo a satisfação não só a antecipação do que
sabíamos ser bom como também a confirmação de que gostávamos daquilo.
Um
dos divertimentos que tínhamos era… a banda dos macacos.
Em
aparelhos de vidro, como até há uns tempos existiam as gruas para tirar um
brinde a troco de uma moeda (que raramente se tirava), existia uma espécie de
um estrado onde se alinhavam uma variedade de macacos, cada qual com o seu instrumento.
Ao
colocarmos a moeda (que já nesse tempo se usava o esquema de “sacar o dinheiro”
aos incautos), a boa da banda começava a tocar uma música (não me recordo de
quais, mas sei que variavam). Em boa verdade, os bonecos apenas mexiam
mecanicamente, sendo a música produzida pelo estranho e misterioso mecanismo
interior. Mas isso nem interessava aos catraios que nós éramos.
Estes
e outros autómatos podem ser vistos no Museu do Autómato, (Museu d'Autòmats del
Tibidabo) no parque de diversão de Tibidabo, em Barcelona. Já não têm o sistema
de moeda, apenas um botão para os accionar, mas estão num maravilhoso estado de
conservação. Recomenda-se a quem vá para aquelas bandas Ibéricas.
Hoje,
nas lojas e cafés, o que há de mais parecido visualmente, são estes bonecos de
plástico, vendidos como extra a acompanhar uns doces de características
suspeitas e a preços quase proibitivos para crianças gastarem. Apelativos
porque menos comuns, são objecto de atenção durante os 15 a 20 minutos até a
“magia” passar ou surgir outro apelo, na mesma montra ou noutra ao lado.
Sem
música e sem magia.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário