Grupo
de emigrantes africanos à procura de rede de telemóvel
Centro
de refugiados sírios
Manifestantes
em Bangui pedem a demissão do presidente
Sobreviventes
do tufão Haiyan
Combatentes
rebeldes protegem-se depois de uma explosão
Mulher
e duas crianças protegem-se durante o massacre
Polícia
à chegada ao local do crime
Discussão
entre Shane e Maggie enquanto a filha entra na cozinha
Combatentes
do movimento birmanês independentista durante o funeral
Roupa
de vítima de violência
Esquiador
O
Australiano Daniel Amamnant durante os 100 metros costas
Nadja
Casadei, atleta com cancro, participou nas provas europeias de heptatlo
Mulher
desanimada depois de não ver o corpo de Nelson Mandela
Hannah
e Alena, duas irmãs que vivem em Merkenbrechts
Rapazes
albinos cegos numa escola, índia
Ali
e a mãe, Cairo, Egipto
Fêmea de chimpanzé-pigmeu no Parque
Nacional de Salonga
Um puma, no parque Griffith
Estes são os títulos das 19 fotografias que um jornal hoje nos
mostra como sendo as vencedoras do concurso World Press Photo 2014.
Não questiono a qualidade das imagens. Isso é inquestionável!
Questiono, antes sim e com a veemência de sempre, os assuntos
tratados pelos fotojornalistas e seleccionados pelo júri do concurso.
Que, excepção feita às de natureza e de desporto, todas as outras,
incluindo uma na secção de “retrato”, são sobre coisas desagradáveis: violência,
morte, desastres naturais, guerra, sofrimento…
E, para os mais incautos ou desconhecedores, sugiro que se
procurem as imagens premiadas nas outras edições deste concurso. Todas afinam
por este diapasão.
A minha contestação, que nunca contempla a qualidade do exibido,
incide sobre o facto de os fotojornalistas só se preocuparem com os lados negativos
da vida. Como se o Ser Humano apenas tivesse coisas más para serem mostradas,
denunciadas, condenadas.
Não vejo, nas reportagens fotográficas, imagens de coisas boas,
como o amor, a celebração da vida, o sucesso fora de competições ou à margem de
adversidades, criatividade, arte… Apenas as questões de morte e sofrimento.
São estas as opções dos fotojornalistas, são estas as opções dos
editores que as publicam, são estas as opções dos membros do júri.
Pergunto se no conjunto de todas as fotografias que são publicadas
na imprensa – diária ou não, genérica ou especializada – não existirão outras
imagens, igualmente fabulosas, que fossem merecedoras de distinção? Sei que
sim!
E é por saber que sim e por contestar muito seriamente as escolhas
deste júri que não compareço nas exposições destes trabalhos. E recomendo que lá
se não compareça, contribuindo com o preço da entrada e a estatística de
visitantes, para o seu sucesso.
E alunos que tenha, na realidade de uma sala de aula ou na
virtualidade da web são também aconselhados a não comparecerem. Pelos mesmos
motivos.
O universo e o Ser Humano estão cheios de emoções. Umas boas e
outras más. Se apenas registarmos e denunciarmos as más, que registo deixamos
do hoje para o amanhã?
Quando o World Press Photo exibir as duas facetas da Humanidade, lá
estarei para me espantar e deliciar com a qualidade do exposto. E levarei
comigo tantos quantos puder.
Até lá, não contem comigo!
E jeito de complemento, fica a icónica fotografia vencedora no ano
de 1968.
Feita no VietNam por Eddie Adams, mostra a execução a sangue frio
de uma pessoa.
Impressionante, sem dúvida.
As breves legendas sobre esta imagem contam-nos que se trata de um
chefe de polícia do VietNam do Sul e um suspeito de ser combatente do VietNam
do Norte.
Horripilante, a frieza do acto. Consumado.
Aquilo que me regra não nos contam, lamentavelmente, é que o
executado teria, pouco tempo antes, feito explodir uma bomba que teria vitimado
a família do executor.
By me
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