domingo, 9 de fevereiro de 2014

O tasco especial



Aquele tasco ficava numa zona industrial antiga.
Os seus clientes eram os que trabalhavam em oficinas e fábricas das redondezas, que lá iam todos ou quase todos os dias.
Ali não havia mesuras nem etiquetas: todos eram tratados por igual: mesas corridas, bancos de madeira, talheres desirmanados, ementa escrita na ardósia e vinho do barril, tinto ou branco. Também havia “mines”, mas era só ao fim da tarde.
Um dia os comensais notaram uma diferença na ardósia: para além do habitual constava “bife especial à casa”. E o Ti Zé, o dono, não era de modernices nem de invenções. Mas que estava escrito estava. E era mais caro que o normal “à casa”.
Um dos do costume, mais afoito, lá ganhou coragem e perguntou:
“Oh Ti Zé! Que raio é isso agora do “especial à casa”? Temos novidades, é?”

“Bem!”, respondeu, bonacheirão, o Ti Zé. “O “especial” vem com uma faca de serrilha, né!”

By me

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