Aquele
tasco ficava numa zona industrial antiga.
Os
seus clientes eram os que trabalhavam em oficinas e fábricas das redondezas,
que lá iam todos ou quase todos os dias.
Ali
não havia mesuras nem etiquetas: todos eram tratados por igual: mesas corridas,
bancos de madeira, talheres desirmanados, ementa escrita na ardósia e vinho do
barril, tinto ou branco. Também havia “mines”, mas era só ao fim da tarde.
Um
dia os comensais notaram uma diferença na ardósia: para além do habitual
constava “bife especial à casa”. E o Ti Zé, o dono, não era de modernices nem de
invenções. Mas que estava escrito estava. E era mais caro que o normal “à casa”.
Um
dos do costume, mais afoito, lá ganhou coragem e perguntou:
“Oh
Ti Zé! Que raio é isso agora do “especial à casa”? Temos novidades, é?”
“Bem!”,
respondeu, bonacheirão, o Ti Zé. “O “especial” vem com uma faca de serrilha, né!”
By me
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