Recordo
de ter aprendido no liceu, na disciplina de geografia, que o momento em que a
temperatura é mais baixa num dado lugar é o que antecede o nascer do sol. Isto,
naturalmente, considerando que não há significativas mudanças de massas de ar.
E
é tanto mais verdade isto se considerarmos a temperatura ao nível do solo e não
a do ar.
Aprendi-o
no liceu e tenho-o como verdade. Mesmo não tendo feito uma investigação científica
e sistemática sobre o tema, a experiência do quotidiano e o levantar-me amiúde
antes do nascer do sol confirmam-mo.
Mas
aquilo que não aprendi no liceu é qual o momento mais escuro no período de 24
horas.
Dir-se-á
que é qualquer um entre o desaparecer o último vestígio do sol até ao que
antecede o raiar da aurora. O bom senso dirá isto.
Mas
só é verdade nas zonas rurais, longe dos centros urbanos. Por outras palavras,
longe da iluminação pública. Paga por todos nós através dos nossos impostos,
taxas, derramas e outros.
Que
em perímetros urbanos o momento mais escuro é só aquele que antecede o nascer
do sol. E isto porque os técnicos municipais ajustam o apagar das luzes por um
qualquer relógio ou sensor de luz distante, muito pouco consentâneo com o que
sucede na realidade.
E
durante uns dez minutos, mais coisa menos coisa, quem quiser andar na rua sem
correr o risco de embater num poste, no pára-choques de um automóvel estacionado,
pisar um qualquer dejecto canino ou cair num buraco no passeio, terá que usar
de uma lanterna.
Lamento
informar os bur(r)ocratas municipais, mas estes dez minutos de aventura radical
na escuridão que nos proporcionam são perigosos. Muito perigosos.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário