No
meu projecto “Oldfashion” tive diversas surpresas. Umas agradáveis e que me
conduziram a outros caminhos. Outras nem tanto, mas que também foram
proveitosas.
Talvez
que a maior de todas tenha primado pela ausência. Refiro-me ao espírito do dia
de hoje.
Aquilo
com que contava ter mais ou menos em abundância era situações em que namorados
quisessem ser fotografados. Porque o eram ou em nome de velhos tempos.
Assim
não aconteceu.
O
registo para a posteridade (ou para mais tarde recordar) de um namoro, de um
sentimento tão intenso como o amor, já não é registado nos jardins. Aliás, é
cada vez mais raro ver namorados, a fazerem os que fazem os namorados, em
espaços públicos.
Por
outro lado, o fotografar esse estado afectivo já não é algo de especial. Todos
possuem uma câmara, seja de que qualidade for. E senão for dos próprios, há
sempre um amigo que faz o registo.
Acrescente-se
o factor mais triste: os namoros hoje são mais efémeros, sem prazo ou
compromisso. E uma fotografia, pública ainda para mais, é um assumir uma relação.
Mas
aconteceram, as fotografias de namorados. Umas feitas com o meu artefacto,
outras de um modo mais convencional.
Algumas
particularmente ternurentas, pelas atitudes ou história envolvida. De todas
retenho na memória (e em apontamentos de caneta ou luz) a melhor das recordações,
mesmo que disso não possa (ou deva) dar testemunho:
Desta,
intensa como poucas, sei um pouco mais: o prólogo, o desenvolvimento e o epílogo.
E irrepetível, como todas as fotografias da vida.
Que
os namoros e amores se constroem devagarinho, todos os dias, como todas as
coisas boas da vida.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário