Quase
ao fim do dia, regresso a casa.
A
estação de caminho-de-ferro em que queria embarcar estava cheia. Realmente
cheia.
Cheia
de gente no cais de embarque, a maioria com aquele ar de quem irá bater-se a sério
por um lugar sentado ou, em alternativa, por um mais cómodo em pé.
Entrar
já seria uma luta contra eles. Viajar então…
Olho
para os painéis indicadores dos próximos comboios suburbanos. Aquela linha em
quero ir para casa tem-nos de 15 em 15 minutos. Para os dois lados. E está a
chegar um para o lado oposto.
Decido-me!
No
fim de contas, não tenho pressa. Mas estou cansado.
Embarco
em sentido contrário e desembarco duas estações depois.
Quando
chega aquele que me haveria de levar até casa, vem quase vazio, como eu o
sabia. Subi tranquilamente, pude mesmo escolher qual o melhor banco, com a
melhor luz (vital para mim) e não sujeito aos encontrões de quem ficasse de pé
na coxia.
Percorri
o trajecto, embalado pelo chocalhar da composição, meio a dormitar, sempre
informado dos locais por onde passávamos.
Não,
não foi neste cais que embarquei. Este é em sentido contrário, duas estações
depois. Que leva sempre um tempinho a decidirmo-nos a tirar a câmara do bolso e
prepará-la para “disparar” através do vidro.
A
modorra veio depois, com aquela sensação de um dia de trabalho cumprido e uma
fotografia feita.
By me
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