sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O intruso



Quase dez da noite.
Vou à varanda, despedir-me do mundo antes de ir conversar com Morfeu.
Lá em cima, o céu estrelado e frio rivaliza com as luzinhas que emanam das janelas em redor da praceta lá em baixo, muda e queda. Que não há aragem nem carros por perto.
Do outro lado, talvez que daquela árvore frondosa que afronta a floresta de betão, um pássaro saúda a noite vigorosamente. Do lado de lá dela, na outra praceta, um cão responde-lhe.
E repetem por três vezes as saudações ininteligíveis.
E calam-se, tão de súbito e sem razão como haviam começado.
Não reconheci o pássaro pelo som. O que não é importante, já que também não identifiquei a raça do cão.

Não tive vontade de acabar o cigarro. Nem de fotografar. O intruso era eu.

By me 

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