“Encoste! Pare o
carro! Encoste aqui mesmo!”
O meu tom de premência
e imposição foi tal que o motorista de táxi, olhando para mim pelo retrovisor, largando
o que tinha na mão, assim fez. Encostou na berma. Melhor dizendo, encostou à
direita onde podia que, no caso, significava ficar em segunda fila, ao lado de
outros carros devidamente estacionados.
“Pronto!”, disse
eu olhando para os olhos dele através do espelho. “Agora que estamos parados,
pode continuar a sua conversa ao telemóvel. Não me importo de esperar uns
trinta segundos para que possamos seguir em segurança para onde lhe pedi que fôssemos.
Sabe, por muito importante que seja o seu telefonema, a minha pele é-o muito
mais!”
Se os seus olhos,
reflectidos no espelho pendurado do tecto do carro, disparassem, eu teria sido
transformado em passador.
Terminou
abruptamente a conversa, depois de recuperar o telemóvel que havia atirado para
o banco do pendura, e seguimos.
Os solavancos a
que fui sujeito naquele táxi, por via de travagens bruscas e curvas pouco
regulamentares, foram bem esclarecedoras da sua opinião sobre a minha atitude.
Que espero que não
esqueça!
By me
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