Fenómeno
curioso:
Na
estação Roma-Areeiro, em Lisboa, e enquanto esperava p’lo comboio que me
haveria de fazer regressar a casa, metade dos bancos ali colocados para
descanso dos passageiros estão vazios. Rigorosamente metade deles.
Na
outra metade, poucos são os que neles se sentam. E, mesmo estes, parece que a
medo, na beirinha do banco, como que prontos para saltar ao primeiro aviso.
Naqueles
que brilhavam p’la ausência de utilizadores, a única coisa que quebrava a
uniformidade dos seus assentos era este modesto pauzinho de gelado. Suponho que
não teria prémio.
Como
justificação por estas escolhas, e constatando o que em comum havia entre os
ocupados e os desprezados, só vejo um motivo. Mas, ainda assim não tenho
certezas:
Serem
de metal, terem passado todo o dia sob este sol que hoje conhecemos e que os
vazios fossem os que ainda para ele estavam voltados. E, em acréscimo, o facto
de a esmagadora maioria dos tecidos usados para tapar as pernas terem sido,
hoje em particular, muito finos.
Ou
isto ou pagava-se uma sobretaxa p’la utilização destes bancos, ecologicamente
aquecidos.
By me
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