Estão na moda. Pelo
menos penso que sim.
Que todos os que
fazem questão de ser “in” e de estar na moda usam um. E quase que olham de lado
quem usa um velho e clássico bloco de notas, daqueles “castelo” ou “cavalinho”
ou mesmo sem marca.
Acontece que, um
dia destes, se me acabou o que trazia no bolso. E, em indo em busca de um no
meu bairro, já só encontrei, do tamanho que queria, destes da moda. Que, e
segundo um comentário meio desdenhoso de uma colega, uns dias depois, nem
sequer é de marca, nada mais sendo que um “ranhoso”, comprado num supermercado.
E foi mesmo.
No entanto,
reconheço, tem vantagens: as páginas não se dobram à toa, tem uma fitinha que
permite chegar à página em uso…
Mas, sendo certo
que não gosto de alinhar em modas, assim que vir dos que gosto, irei substitui-lo.
Pelo menos, era
essa a minha ideia até há pouco. Agora… já não sei!
Subia eu uma rua,
entre o Marquês e a Estrela. O Jardim continua a ser local predilecto. Num
cruzamento, um belo de um carro, bem paradinho da silva na passagem de peões.
Semaforizada.
Esperei p’lo
verde, contornei-o e abordei quem estava sentado no lugar do condutor: uma
senhora, na casa dos quarentas.
Levei a mão à pala
do boné e iniciei o meu bluff do costume: disse-lhe que não podia ali estar ali
parada, que era zona de peões.
Ouvi uma resposta
original: “é apenas temporário!”.
Insisti, que havia
que retirar a viatura daquele local e ela encolheu os ombros.
E eu continuei com
o meu número de teatro: passei para a frente do carrito e rapei do meu livrinho
de capa preta e da caneta.
Como que num passe
de mágica, ela ligou o carro, fez o regulamentar pisca e zarpou, não sei para
onde.
Nunca tinha visto
uma reacção tão rápida. Mas também nunca tinha usado deste livrinho de capa
preta e na moda para fazer de conta que anoto os dados do carro, hora e local para
mais tarde mandar a multa.
Mesmo que passe a
usar os blocos da minha preferência, acho que vou manter o livrinho no bolso.
By me
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