Acredito
que todos nós, nesta ou naquela fase da vida, já fomos confrontados com perguntas
que nos embaraçam. Na infância, na juventude, na vida adulta.
Aquelas
perguntas para as quais sabemos a resposta mas que temos vergonha em a dizer,
porque nos comprometem, porque demonstram, em demasia, as nossas fragilidades e
defeitos.
Foi
o caso.
De
conversa com um casal britânico de turismo por cá, e sobre a actual situação do
país, perguntou-me ela:
“E,
para além de protestarem na rua, com cartazes e palavras de ordem, que mais
tencionam fazer para mudar o estado de coisas?”
Titubeei.
Que é não muito consentâneo com a minha forma de pensar, a frio, afirmar que só
vejo como solução o apelo à violência. Que não vejo na classe política no
poder, ou em perspectiva de o assumir, soluções aceitáveis que resolvam seriamente
o que se vai passando.
Que
o tempo urge para os que não comem, para os que não se tratam, para os que
perdem anos de vida nas escolas, para os que aguardam por decisões dos
tribunais, para os que não têm futuro para ter filhos.
E,
que enquanto os cidadãos de batem com estes e outros dramas, os golpes
palacianos e as disputas p’lo poder vão-se sucedendo, bem à margem do que
acontece nas ruas e nos lares.
O
país tem alguns heróis. Uns reconhecidos p’la história, outros escondidos
vergonhosamente.
Erguer-se-ão
estátuas ao ou aos que usarem eficazmente de balas certeiras. Sem cravos desta
vez!
By me
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