Há
expressões que me irritam. Enervam-me. Fazem-me urticária.
Uma
delas é “azarinho”. Outra é “temos pena”.
E
o meu desconforto é tanto maior quanto quem as usa é gente que pouco tem a
referir-se a quem nada tem. E que, tempos antes, os primeiros pertenciam à
segunda categoria.
Este
negar as origens, este negar apoio e solidariedade a quem ainda não ou nunca
conseguirá sair do estado limiar de mera sobrevivência material…
Tenho
que agradecer à minha personalidade e respectiva curiosidade sobre o ser humano
o ainda não os ter mandado, factualmente, a um sítio que eu cá sei.
Que
sendo certo que o mundo todos os dias dá uma volta, sempre quero ver que
comportamento terão quando ou se se encontrarem em estado de carência e ouvirem
da boca de outrem “temos pena”.
Desta,
que agora inala o cigarro matinal, não será certamente. Que esta urticária
faz-me comichão na alma.
By me
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