O sinal estava lá.
Aliás, os sinais estavam lá, como a imagem demonstra.
Tal como, no chão,
a correspondente zebra, se bem que já um nico apagada p’lo uso e tempo.
O meu trajecto,
meio contemplativo, meio meditativo, incluía o cruzar a rua naquele ponto. Sem
pressas.
Quando cheguei à
beira, fiz como se faz sempre, nestas circunstâncias: mesmo tendo prioridade,
tratei de olhar, não fora vir lá um, ou demasiado perto ou demasiado rápido.
Bom-senso, nada mais.
Vinha, a curta distância
uma scooter. Uns setenta a oitenta metros atrás, um carro. Ambos em velocidade
simpática.
Preferi dar um
passo atrás e acenar ao motociclista para que passasse. Afinal, sempre me seria
mais fácil eu esperar três ou quatro segundos que obriga-lo, por via da minha
prioridade, a parar. O que me pareceu ser um rapaz, sentado na scooter,
acenou-me com a cabeça e seguiu. Nada de especial neste jogo do
passas-tu-passo-eu de uma cidade.
O que não foi nada
natural foi o carro, que vinha devagar e bem mais atrás, ter acelerado, a
fundo, para que pudesse passar antes que eu avançasse. A tal ponto que, se eu
tivesse decidido atravessar, seria passado a ferro.
A dondoca, de
cabelo loiro armado e pintado, nem olhou p’ro lado, nem um aceno de
agradecimento. A rua estava ocupada por ela, p’lo que lhe pertencia. E saiam-lhe
da frente.
Que poderia eu
fazer, além de evitar um bilhete, gratuito, p’ro hospital mais próximo? Bem,
talvez dar uso a uns convidativos calhaus da calçada, que ali estavam soltos,
para lhe alterar a geometria do carro.
Mas daria muito
trabalho, estava muito calor, e as discussões que se lhe seguiriam não estriam
em consonância com os pensamentos que trazia. Que, de qualquer forma, se esboroaram
com o episódio.
Anotei, no meu
caderninho, a marca, a cor e a matricula. Talvez que, antes de o acabar e
guardar com os demais em casa, me cruze com a viatura. Em condições de menor
risco p’ra mim, mas não tanto p’ra pintura.
By me
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