sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Suburbanidades
Nem uma brisa. O céu, ainda que plúmbeo, mostra umas pequeninas abertas bordejadas de um branco apetitoso.
Na rua, e ao invés do habitual, nem um carro se movimenta.
Fechando os olhos, vejo com os ouvidos:
Um monomotor volteja longe, lá em cima, talvez que em instrução; Os garotos, na escolinha, estão no recreio; Os passos daquela senhora e da sua filha, que outrora conheci menina e bebé, afastam-se, que irão passar o fim-de-semana juntas; Os pássaros mostram-se satisfeitos por, ainda que sendo Janeiro, o frio não apertar; O que de mais forte oiço é o metálico click do meu Zippo a acender uma pirisca. E quase que sinto o esforço desta roupa a tentar secar.
Depois…
Depois passa o autocarro, que esparrinha água em redor. Na outra rua, alguém protesta sonoramente, por o seu carro ter ficado entalado. A vizinha, que vem passear os seus canitos, dá-me a saudação e já nem estranha que eu aponte para o cimo de um prédio.
Por vezes sabe bem morar num dormitório suburbano.
Texto e imagem: by me
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