sábado, 8 de janeiro de 2011

Dúvidas introspectivas


Tenho vindo a argumentar que um fotógrafo é, na sua essência, um cobiçador.
Das coisas que vê e fotografa, fá-lo por que as quer. Entre outros motivos, naturalmente.
Mas não pode levar o pássaro, o pôr-do-sol, a paisagem, o brilho no cabelo para casa. Não cabem, não duram, não são apropriáveis.
Vai daí, no lugar de possuir o objecto cobiçado fica com a sua representação, o seu ícone.
Claro está que esta afirmação ou teoria, que muito pode ser desenvolvida que não apenas nestas linhas, tem sido contestada por quem, pensador ou fotógrafo, se sente assim insultado. Lamento, mas é o que penso de todos os que usam a fotografia ou qualquer outra representação gráfica do mundo que os cerca. Eu mesmo incluído.
Bem mais complicado é explicar os motivos que levam um caçador/colector de imagens a não o fazer perante algo, que não seja pela repulsa ou negação.


Texto e imagem: by me

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