terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Rais'parta!



Rais’parta isto!!!!! A história repete-se e não no seu melhor!
O que aconteceu agora é uma cópia, à escala nacional, do que sucedeu há uns anos à escala planetária: com intervalos minúsculos, morrem duas pessoas mais ou menos conhecidas do público em geral.
Os seus nomes, de hoje, são Vítor Alves e Carlos Castro, de então são Lady Diana e Madre Teresa de Calcutá.
Se as mortes de uns foram naturais, as de outros revestiram-se, é certo, de brutalidade inesperada. E o desaparecimento de qualquer deles deixa-nos um pouco mais pobres.
E os media, esses vampiros sempre insatisfeitos, não largaram as presas. E se Madre Teresa de Calcutá já ninguém fala, de Vítor Alves em breve já ninguém se lembrará. Não importa o que tenham feito de importante. Diana e Carlos continuam e continuarão a encher primeiras páginas e a abrir noticiários. Que o seu sangue, além de vermelho, tem a cor dos cifrões.
A populaça, essa coitada, vai no jogo e quer saber a que velocidade seguiam ou a que profundidade ficou o saca-rolhas. Não tendo para o dizer, desdobram-se em depoimentos, entrevistas e retrospectivas, esticando muito para além do limite a mediatização do odor da morte.
Por vezes fico convencido que a “caixa mágica” mais não é que um sarcófago, os jornais mortalhas.
Rais’parta isto e mais o meu ofício de cangalheiro!


Texto e imagem: by me

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