sábado, 8 de janeiro de 2011

Não! Não! Não! N...



Desde que tenho idade para tal, não faltei a um acto eleitoral que fosse.
Sempre entendi que a democracia que eu defendo, ainda que não acerrimamente, se processa também através do voto. Não se esgota com ele, mas a eleição consciente é uma das pedras basilares.
Também tenho que admitir que, excepção feitas às primeiras vexes que votei, as escolhas que fiz não foram nos que preferia mas antes na sequência de uma escolha diferente: Das pessoas ou listas apresentadas, escolhia aquele que, em definitivo não queria e excluía-o; dos que restassem, excluía o pior; e assim sucessivamente até restar apenas um, em que votava.
Este método tem vindo a acontecer porque não me identifico com nenhum dos indivíduos ou listas apresentadas a escrutínio. Pelo que escolho o menos mau e fico assim com a certeza que a decisão final não ficou em mãos alheias. De alguma forma fiz também a minha a manifestei-a.
Mas tenho que reconhecer também que não me recordo de um acto eleitoral em que, aplicando este método e depois de sobrar apenas um, este se mantenha elegível.
Não interessa se começo numa ponta ou noutra; se começo por excluir os que querem, de facto, ser eleitos ou entraram na corrida apenas para terem oportunidade de fazer passar a sua mensagem; se são figuras conhecidas ou quase ilustres desconhecidos; se são pessoas mais próximas do meu ideal de sociedade ou diametralmente opostas; se o que têm dito e feito me incomoda muito ou só um pouco. Um por um, todos são riscados e o que sobra é um enorme buraco vazio.
No próximo dia 23 irei votar! E farei uma cruz num neles, que não permito que outros decidam por mim. Mas será, p’la certa, o acto cívico mais difícil que já fiz.

(Nota: propositadamente, este texto foi escrito à revelia da novo acordo ortográfico)
Texto e imagem: by me

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