segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ao correr da pena



O conhecimento, por vezes, é tão útil quanto um elefante de mau-humor numa loja de loiça!
Sabemos, ou pelo menos eu sei, que toda a actividade humana se divide em quatro fases: Vossa Excelência, Tu, Você, Tu.
A primeira será a abordagem inicial, em que o próprio sabe que mal domina a situação e que, por conseguinte, usa de todas as cautelas e precauções.
A segunda – Tu – e em terminados os receios da primeira, revela à-vontade, um “tu-cá-tu-lá”. É uma espécie de estado de euforia, em que se supõe ter o domínio dos acontecimentos.
Acontece, porém, que é um falso domínio e que, mais cedo ou mais tarde, algo irá correr mal. Por vezes muito mal. E é a altura em que se cai na realidade e em que sobrevém a consciência de que, afinal, pouco se sabe da coisa.
A partir daí, nesta nova fase denominada “Você”, o que quer que seja que esteja em causa é tratado com confiança mas também com respeito, em que se tenta tirar partido daquilo que se sabe par aprender mais.
A dado passo, sem disso se se aperceba, entra-se na última fase, o derradeiro “Tu”, em que a situação está dominada, em que a confiança é real e justificada. E em que, se tudo correr bem, será duradoira e irreversível.
Exemplos? Poderia dar muitos, alguns antigos e corriqueiros, outros tão recentes, próximos e em curso, que aqui não têm cabimento. Estou em crer, no entanto, que cada um de nós já passou por isso e que, de uma forma ou de outra, o sabe.
O problema mesmo é quando o sabemos, com a consciência de todas as envolventes, e queremos rapidamente passar da primeira para a última fase, sem tropeçar nas intermédias. Que a experiência nos provou, por vezes amargamente, que a aprendizagem pode ser – e é-o – divertida, mas que na tentativa e erro, estes últimos podem ser complicados ou mesmo dolorosos.
Há ocasiões em que mais valia não perceber coisa alguma do comportamento humano em geral e do nosso em particular. E viver na alegre expectativa de que tudo corre e correrá pelo melhor!

Texto e imagem: by me

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