sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

À fé de quem sou



Bater! Juro que foi a vontade que tive.
Quando aquela mocinha/senhora de 24 anos (sei-o porque o perguntei) me disse que não iria votar visto não estar recenseada, foi isso que me apeteceu.
Não se trata de uma emigrante, d’África, de Leste ou dos Brasis. Portuguesa de gema. E, nos últimos seis anos não teve meia hora (certo, hora e meia contando com as deslocações) para ir à junta de freguesia para lá fazer o recenseamento eleitoral.
Claro que ouviu o que não esperava e que não gostou, dito por aquele cliente diário de cigarros e sempre (mais ou menos) bem-disposto. Que o meu tom, naquele momento, nada tinha de brincadeira nem a minha expressão de bom-humor.
Escapou ela de um valente par de palmadas, não das dadas no rabo mas antes sim na cara, daquelas que deixam os dedos marcados na pele por umas horas e na memória por muito tempo.
Do que ela não escapará, garantido, é de ser mais ou menos arrastada para a junta de freguesia de onde mora, lá em Maio, salvo erro, para tratar do seu dever de cidadã.
Que a sua opção seja a de se abster, posso discordar mas tenho que aceitar. O que não aceito é que se alheie por completo da sociedade em que se insere. Arrogando-se, ainda por cima, o direito de censurar o que vai estando de mal, governação incluída.
À fé de quem sou que esta cidadã o passará a ser por completo, queira-o o não!

Poderão perguntar agora, quem lê estas linhas, o que tem esta fotografia a ver com esta estória vivida hoje, a caminho do trabalho. Fácil!
Um pouco mais tarde desta conversa encontrei estas folhas que, sendo coisas bonitas no meio da sombra que as rodeava, e também pela cor, me recordou uma outra pessoa que me contou, há uns dias, que terá que se ausentar em trabalho, durante o fim de semana. Mas que fará tudo o que puder para regressar a tempo de exercer o seu direito e dever cívico. Felizmente ainda há gente assim, que me enchem a alma.


Texto e imagem: by me

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