Foi
em 2005: Nos arquivos da Antena 2 foi encontrada uma gravação de 1957 que se
pensava perdida.
Tratava-se
de uma interpretação feita por Victória de Los Angeles do tema “La Valse”,
poema coreográfico de Maurice Ravel, registo feito pela então Emissora
Nacional.
Nada
teria de isto de especial não fora os especialistas terem considerado esta uma
excelente interpretação, quiçá a melhor, desta peça musical e o seu registo,
num sistema “multiplano”, ser de primeira água.
Deste
registo, bem de outros então feitos e recuperados, seria feita uma edição limitada
e fora do circuito comercial.
Soube
eu disto num artigo de jornal e disso dei conta num blog que então alimentava.
As coisas boas têm que ser divulgadas e isto era, e é, uma coisa boa.
Algum
tempo depois recebo um e-mail. Enviado por um bibliotecário norte-americano
residente em Nova Orleães, dizia-se melómano e fã de Victória de Los Angeles,
gostaria de ter uma cópia do cd em causa, de que havia tido conhecimento pelo
meu post.
Tentei,
por todos os meios encontrar um exemplar para lho enviar, mas os meus esforços
foram em vão. Acabei por lhe enviar por correio electrónico os temas, com a
qualidade que consegui obter.
Passaram
algumas semanas e recebo outra mensagem do mesmo senhor. Repetia ele os
agradecimentos então feitos. E acrescenta que, de toda a sua colecção musical, o
que lhe havia eu enviado fora das poucas que haviam sobrevivido, porque ainda
no servidor de mail, ao furacão Katrina.
É
importante esta estória? Nada, que não apenas para ele e para mim.
Mas
é um daqueles pedaços de que gosto.
By me
1 comentário:
Tenho vindo a argumentar, contra muitos ventos e marés, que há que conhecer a sério aquilo que se fotografa. “Grocar”, de acordo com Heinein no seu “Um estranho numa terra estranha”.
Diria eu que esta fotografia reflecte, de algum modo, isso mesmo.
Foi feita em duas penadas após ter escrito o texto. Ainda em trajes menores, na varanda, aproveitando o sol e um pedaço da parede na sombra. Segurando o CD com uma mão e a câmara de bolso com a outra.
Naturalmente que vi pelo visor que algumas das letras da sua superfície não estavam perfeitamente legíveis: transparentes que são, reflectem e refractam a luz do sol na superfície plástica, decompondo-a. E poderia ter ajustado as posições relativas para o evitar. Não quis!
Este evidenciar da singeleza da impressão, apenas uma cor cinzenta, mostra de algum modo que o importante que aqui se exibe não será o suporte mas tão só o que nele está registado. Que, ao contrário de muitos elaborados e belos trabalhos gráficos de suportes musicais, o que aqui conta apenas é a beleza da música que nele poderemos ouvir.
E, sabendo eu a história prévia e posterior deste CD, esta seria, talvez, a melhor forma de o evidenciar.
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