segunda-feira, 7 de abril de 2014

Filtro partido



Abordaram-me, um destes dias, para fazer uma borla.
Na área da imagem, tratava-se de um projecto meritório e sempre em tom de voluntariado.
Respondi que aquele trabalho em particular não era a minha especialidade e que não estaria muito à-vontade para o fazer e garantir resultados.
E aventei dois ou três nomes que, sabendo-os capazes, poderiam querer colaborar.
“Não te preocupes.”, ouvi. “Não precisa de ser muito bom e com qualidade profissional, que é para por na net.”
Disse ao meu interlocutor que iria pensar nisso. E pensei.
Não lhe direi é que o que tenho pensado é muito pouco abonatório dele, do espírito que alimenta o projecto, principalmente, da opinião que ele tem sobre o que faço e como.

Que, se por um lado, mesmo os trabalhos para publicar na net implicam qualidade (a qualidade da net), com linguagens e técnicas próprias, por outro pedir a alguém para fazer um trabalho mais ou menos é o mesmo que fotografar através de um filtro partido: pode ser que resulte, pode ser que não, logo se verá.

By me 

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