O
falso “furo jornalístico” propagado pela televisão italiana em 5 de Fevereiro
de 1990, assinalará provavelmente um marco na história das trapaças mediáticas.
Nesse dia, Gianni Minoli, apresentador da Rai-2 (Itália), do magazine Mixer, um
semanário informativo, anunciou a difusão de um “documento importante”: a
confissão do juiz Sansovino que dizia ter truncado, com o acordo dos outros
membros do tribunal eleitoral, os resultados do referendo de 1946 que
permitiram à Itália abolir a monarquia e instaurar a república... Nada menos.
No
final da projecção, e quando os telespectadores estavam estupefactos, Minoli
revelou a trapaça: o juiz era um actor cómico, os “documentos antigos”, a preto
e branco, tinham sido fabricados em estúdio, com figurantes; resumindo, era
tudo falso, excepto a profunda emoção sentida por milhões de telespectadores.
“Quisemos mostrar - dizia para concluir Gianni Minoli - como é possível
manipular a informação televisiva. Hoje em dia é preciso aprender a desconfiar
da televisão e das imagens que nos são apresentadas.
Texto:
“A Tirania da Comunicação” por Ignacio Ramonet, Campo das Letras, 1999
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