No
espaço a que pomposamente chamo de “estúdio”, usando o termo no sentido de “local
de estudo”, mas a que, em abono da verdade, se deveria chamar de “baiuca”,
tenho o que se vê:
Num
suporte improvisado há uma dezena de anos estão, entre outras coisas:
Dois
televisores pequenos, ainda em preto e branco. Não funcionam, mas também não é,
de todo, importante;
Um
azulejo, com moldura em ferro forjado, que me acompanha desde que sei ler. Não
precisaria de estar ali, já que o sei de cor, mas serve para que nunca me
esqueça do que contém;
Um
relógio que nunca está certo. Um dia acabaram-se-lhe as pilhas e, quando as
repus, falhei por alguns minutos. Depois disso, tem mudado a hora, na data
definida nos almanaques, mas nunca o acerto. Faz isto com que, de cada vez que
para ele olho, tenha a noção do tempo que passa ou que falta para qualquer
acto. Dormir, por exemplo. Que a hora certa, aquela dos relógios atómicos dos
grandes laboratórios, é tão arbitrária quanto a que indica este relógio aqui em
casa.
Quanto
ao resto, é sempre hora de amar, de viver, de fotografar!
By me
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