Começa
a ser mais que tempo de os cidadãos entenderem que o que está em causa em Portugal
não é uma dívida. Antiga ou recente, imposta por este ou criada por aquele
governo ou entidade externa.
O
que está em causa por cá, como em tantos outros locais do mundo, são conceitos
de sociedade.
Que
aqueles que dispõem de poder para organizar a sociedade não querem igualdades
ou igualitarismos.
O
que querem mesmo são sociedades em que uns quantos, a chamada classe dominante,
existirão para governar e gerir todos os outros, a grande maioria. O dinheiro –
ou a dívida – são pretextos ou formas de implementar esta separação de poderes.
Não
importa que haja ou não dívidas, não importa que haja ou não deficits, não
importa mesmo de que forma o dinheiro possa estar distribuído ou amealhado.
Desde
que uns quantos que herdaram ou supõem ter herdado o direito a terem a satisfação
de terem poder o possam ter.
Economia,
belicismo, fontes de energia ou gestão de tecnologia. Não importa o modo desde
que o poder de impor vontades e comportamentos esteja assegurado.
Os
que se entendem pertencer a uma classe dominante continuarão a inventar formar
de dominar e, para tal, de assegurar que os dominados terão o mínimo para
sobreviver, obedientes o agradecidos. Como ovelhas que fornecem a lã, o leite
e, em para mais não servirem, a carne. Sacrificados à classe dos pastores.
Enquanto
os cidadãos não perceberem que o dinheiro mais não é uma forma de assegurar
poder de alguns sobre muitos, continuaremos a ter dívidas. E a morrer tentando
pagá-las.
By me
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