Fala-se,
hoje, que se quer um 25 de Abril de novo.
O
25 de Abril foi o poder ser possível falar sem medo do interlocutor; foi o
poder decidir do nosso futuro em democracia; foi o terminar a guerra colonial;
foi o poder sonhar em construir o dia de amanhã. Foi bonito!
Mas
foi muito mais que isso, caramba!
Foram
as comissões de trabalhadores, foram as organizações de bairro, foram as uniões
de estudantes, foram as comissões adoc, foi a espontaneidade, foi a vontade de
fazer e o fazer. Pelas nossas mãos, com o pouco que cada um tinha, fazer muito.
Foi
o ser preciso limpar umas ruas e serem limpas, que todos tinham uma vassoira ou
uma pá; foi o haver que reparar carteiras e mesas e repararem-se, que as férias
não são só para esperar p’las notas e conviver; foi o ser preciso fazer jardins
e fazerem-se, que cavar, terraplanar e semear todos se ajeitam; foi fazerem
falta salas de convívio e creches e bibliotecas e elas surgirem, que todos têm
uns livros ou uns berços ou umas cortinas p’ras janelas; foi…
Uma
revolução não se faz apenas com militares e mudanças de leis e governantes!
Uma
revolução faz-se, também, com o que todos e cada um dos cidadãos faz e está
disposto a fazer em prol de si mesmo e de todos. Faz-se com a mente e com os
actos. Faz-se na comunhão de objectivos, sonhos e práticas.
Queremos
uma revolução, uma mudança de rumo e de status quo? Queremos sim senhor!
Sentados
no sofá, esperando que algo ou alguém faça algo? Dificilmente o conseguiremos!
By me
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