Provavelmente
é a primeira palavra que aprendemos a dizer com real significado. E, sendo
certo que as palavras são códigos e bem mais que apenas sons, aprendemos a usá-la
no contexto certo, depois de muitas vezes ouvida e entendendo bem o seu
significado e ensinada por quem nos acompanha nas primeiras palavras.
Refiro-me
à palavra “Não”.
Depois
de aprendida, ainda no colo, nunca mais deixamos de a usar p’la vida fora.
Talvez que seja a palavra que mais usamos, bem mais que a palavra, e respectivo
sentido, “Amor” ou “Dar” ou mesmo o seu oposto, “Sim”.
Enquanto
passarmos o tempo a considerar que a negação é “A” opção, no lugar de
afirmarmos positivamente, enquanto passarmos a vida a dizermos “Não” a tudo o
que se nos surge, no lugar de dizermos “Sim” a algo, de entre tudo o que nos
aparece, continuaremos a ser amargos, a viver em conflito e a sermos levados a
dizer “Sim” apenas porque nos cansámos das opções alternativas.
Por
outras palavras, o uso intensivo da palavra “Não” conduz-nos ao carneirismo e à
aceitação, como que fatalista, do destino que outros nos querem impor.
Se
reparem bem, em todo o texto acima a palavra “Não” foi usada apenas como
objecto e sem ser usada como forma discursiva.
Sugiro
que se exercitem a escrever algo de coerente e honesto com, digamos, 250 palavras,
sem que usem esse termo.
Mas,
melhor ainda, sugiro que passem um dia inteirinho sem a usarem ou ao seu
significado. E vejam como se sentem ao adormecer.
By me
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