sexta-feira, 24 de junho de 2011

Uma questão de feitio



Agora perguntem lá:
“O que é que este local tem de especial?”
“Nada”, responderia eu se o perguntassem.
“Nada excepto estar à sombra, ter espaço quanto baste, ter sossego agradável, possuir cinzeiros e ser permitido fumar e servir café com colheres de metal, ainda que tenhamos que pedir”.
No entanto, e apesar de tudo isso me ter atraído para descansar um pouco as pernas e a cabeça, hesitei bastante antes de me tornar cliente. Bastante mesmo, o suficiente para que a empregada de balcão ficasse a olhar para mim, quem sabe a perguntar para dentro “Mas o que é que este quer?”
É que em letras bem grandes, ainda que não visíveis na imagem, está um cartaz com os seguintes dizeres:
“Não temos serviço MB” “Consumo obrigatório nas mesas” “Não temos serviço às mesas”
Isto rematado com dois outros, a vermelho “Pré-pagamento”
Não fora o calor, a cobiça do assento e a urgente necessidade de uma boa dose de cafeína, e teria procurado outro poiso mais acolhedor.
Apenas avisos de obrigação e negação! De tudo o que se pode ler a mais de uns dois metros, e além do escrito nas costas das cadeiras, apenas negações e obrigações. Nada de boas-vindas ou simpatias impressas!
E eu tenho pouca paciência ou capacidade de conviver com imposições de códigos de conduta arbitrariamente concebidos.
No meu próximo passeio depois do trabalho aqui nesta zona da cidade, esticarei ou encolherei a caminhada, que aqui não volto.
Mas também não sou conhecido por ser um tipo de bom feitio.

By me

Sem comentários: