quarta-feira, 1 de junho de 2011
Mais uma vez
E pronto! Lá aconteceu outra vez! Mais uma vez!
E quando as coisas se repetem ad infinitum, o aborrecimento passa a ad nauseam!
Contava eu o meu projecto “Oldfashion” a alguém e, a dado passo, oiço o que já me vai enchendo a paciência:
“Eh pah! Isso até dava um livro!”
Pois dava. Aliás, dava para vários, já que mais de 1200 fotografias e respectivas estórias seriam muitas páginas. Para não referir as estórias que não tiveram fotografia.
Acontece que livros tenho eu aqui em casa, e bastantes. Mas menos que nas livrarias, nas suas estantes e escaparates. Já as bibliotecas, municipais, escolares ou Nacional têm uma imensidão de livros. No entanto…
De todos esses livros que existem, quantos são realmente bons? Numa escala de 0 a 20, como na escola, quantos têm nota superior a, digamos, 15? Não muitos, sabemo-lo bem. Aliás, sabemos que uma boa parte deles se classificam algures entre o modesto 8 e o igualmente modesto 12, e alguns com classificação abaixo de péssimo, se existisse.
Por outras palavras: maus ou sofríveis livros é o que por aí não faltam.
É que, para fazer um bom livro, não basta uma boa estória, papel e tinta. Há que o saber escrever. E isso, ainda que possa ser, também, resultado de técnica e prática, depende de um factor que nem a “troika” resolve: talento! Coisa que não tenho.
Saberei, talvez, alinhavar umas palavras sob a forma de frases; organizar umas frases para formar parágrafos; e juntar uns quantos para encher algumas páginas. De uma forma coerente, as mais das vezes, de quando em vez com um jogo de palavras e ideias que agradam e cativam alguns. Talvez! Agora livros…
É tarefa de coerência e criatividade ao longo de toda a obra e do tempo de a produzir com demasiada responsabilidade e exigência que sei não poder satisfazer.
E fazer só por fazer e dar à estampa só porque um editor entende que pode ser comerciável, e acabar nos escaparates como mais um livro impresso que eu mesmo classificaria de sofrível, se tanto…
Prefiro não estragar umas quantas árvores para fazer tal miséria de publicação.
Fico-me com os meus rabiscos, escritos onde calha e sem mais responsabilidade que o de uns desabafos curtos e coerentes, escritos quando calha e ao sabor da vontade do momento.
Até porque aquela parábola do “Um filho, uma árvore, um livro” refere-se a Homens completos e superiores. Não são muitos os que conheço e, garantidamente, não é o tipo que vejo no espelho!
Texto e imagem: by me
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