quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tudo baralhado



Uma amiga costumava dizer que “dinheiro mal gasto é o que usamos para pagar a água, luz, casa… O que usamos para nos divertirmos é que é bem gasto.”
Pese embora o exagero da afirmação, é sem dúvida desagradável ir pagar contas, principalmente quando são de monta. E uma das que tenho que pagar, com a regularidade de uma vez por mês, é a renda de casa.
Infelizmente, esta tem que ser paga nos correios, que o senhorio não aceita de outra forma, pelo que, uma vez por mês, pelo menos, lá estou eu numa dessas lojas dos CTT, com dinheiro vivo a pagar o tecto que uso. Uma rotina e uma chatice.
Mas o que é chato mesmo é ser insistentemente convidado a gastar dinheiro de outras formas.
As lojas dos CTT, que agora já quase não são nem para telefones nem para telegramas, vendem para além de produtos de correios (selos, postais, envelopes e embalagens, pré ou não estampilhado), um montão de outras coisas, que pouco têm a ver com correspondência: livros, telemóveis, brinquedos, postais de beneficência, seguros…
Têm tudo isto exposto em atraentes escaparates, quase que negligentemente espalhados pela loja, por onde os nossos olhos se espraiam enquanto esperamos pacientemente (por vezes recorrendo a muita paciência) pela nossa vez.
Aquilo que não está exposto, pelo menos não muito em evidência, é jogo. Mas nem por isso deixa um cliente dos CTT de ser informado que ali se vende lotaria: ao balcão, e após terminado o negócio que ali nos leva, somos convidados insistentemente a comprar uma cautela de lotaria. E uma recusa por parte do cliente não desanima o funcionário dos CTT, que repete, com argumentos de cauteleiro, o convite a gastarmos dinheiro. Mal gasto, quase tão mal gasto quanto o que ali fui deixar pela renda.
Agora imagine-se que se entra na mercearia e nos tentam vender automóveis. Ou que entramos numa farmácia e nos tentam impingir câmaras fotográficas. Ou que subimos para um autocarro e nos propõem a compra de um apartamento.
Anda a ficar tudo baralhado no comércio em Portugal. Ou, pelo menos, nas lojas dos CTT.
Mas, por favor, não me tentem impingir produtos que não quero!

By me

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