domingo, 5 de junho de 2011

Não nos encostem à parede!



Filosoficamente considero-me um Acrata. Essa é a forma como entendo que os humanos se deveriam relacionar e procuro segui-la a cada momento que passa.
Mas uma coisa é aquilo que gostaria que acontecesse, outra é a prática possível. E no campo da praticabilidade entendo-me como um democrata, no sentido de respeitar e praticar a democracia.
É por isso que me sinto indignado quando oiço (ou leio) as palavras do Presidente da República, no seu discurso incitador à participação dos cidadãos no acto eleitoral de hoje, dizer a dado passo:

“Devolveu-se a palavra ao povo, e é ao povo que cabe manifestar a sua vontade soberana, para que se encontrem as soluções de governo necessárias nas alturas decisivas.”

A interpretação que faço destas palavra é que a voz do povo só se deve ouvir quando os seus dirigentes decidem, e que no resto do tempo deve estar calada porque os seus dirigentes assim o entendem.
Senhor Presidente da República (e, de caminho, senhores candidatos a deputados e governantes):
A voz do Povo é sempre soberana em Democracia. Mesmo que os eleitos a não queiram ouvir, porque não “conveniente” no tempo ou na vontade.
Aqueles que não o entendem ou não o praticam, ou não sabem ou não querem saber o que é Democracia, pondo-a em risco. E quebram o compromisso solene assumido aquando do acto de posse do cargo que ocupam.

Eu, que sou Acrata, vejo-me na contingência de ter que viver em Democracia. E esta deverá ser praticada no seu todo e não apenas do modo que alguns o entendem. Sob pena de a Voz do Povo se ter que fazer ouvir que não apenas através do acto eleitoral. Como o de hoje.

By me

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