sábado, 4 de junho de 2011

Amanhã, dia de culto



Entre a reflexão de hoje e a genuflexão de Segunda-feira, teremos o acto litúrgico de Domingo, onde celebraremos o culto da democracia.
Nesse dia não reverenciaremos um governante porque já o seu pai e avô o foram; não prestaremos homenagem a um ancião que, porque idoso, o tempo talvez lhe tenha dado a sabedoria; nem sequer seguiremos uma linha matriarca, onde chamar filho da puta a alguém é inconsequente, que elas não revelavam os tinham tido por companheiro.
Não!
Idiotas que somos, iremos escolher um igual a nós, com a diferença de ser um pouco menos idiota e nos convencer de tal. Iremos votar em idiotas como nós, que souberam arregimentar um bando de idiotas em seu torno e gritar mais alto que, de todos os idiotas que somos, aquele é o melhor idiota.
E nós, que somos idiotas, iremos passar uns tempos a adorar o chefe dos idiotas, ou a apupá-lo e a dizermos que no lugar daquele idiota como nós deveríamos ter outro idiota a liderar.
Creio que começa a fazer sentido os idiotas deixarem de escolher o “primo inter pares” e optarem por outra forma de se organizarem, em que a linhagem ou capacidade de gritar mais alto seja pouco importante.
Uma a ser inventada, que não passe por um berço, por um geriatra ou por um ditador.
Entretanto continuaremos a ir fazer as nossas oferendas no templo da democracia, e a escolher um idiota como líder dos idiotas.

By me

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