sábado, 2 de abril de 2011

Vícios e palavrões



Tomar café é um prazer. Nalguns casos é mesmo uma necessidade, nomeadamente quando a cafeína é o que nos faz sair em definitivo do reino de Morfeu.
Por outro lado, o cigarro é o que contém a nicotina, o segundo vício de um citadino inveterado. Pode suceder ou anteceder à cafeína, sendo que o ideal é serem ingeridos em simultâneo. Quando o corpo o pede, a conjugação de ambos é um dos 50 + que pode suceder a alguém com a roupa vestida.
Acontece que é cada vez mais difícil ter estes prazeres em simultâneo. A interdição de fumar nos cafés e afins obriga a que o café seja ingerido ao balcão e que o cigarro se lhe siga já da parte de fora da porta. E esta sequência é tão comum que alguns industriais de restauração colocam cinzeiros no exterior do estabelecimento, só para que o passeio não fique pejado dos restos dos nossos vícios.
Complicado mesmo é fazê-lo em época de chuvas. Não só fumar um cigarro não é simpático com uma cobertura aquosa, como o próprio cigarro não é compatível com líquidos.
O recurso, por tantos usado, são os toldos que em boa hora cobrem as entradas dos cafés. Um destes dias os publicitários descobrirão que colocar o seu produto da parte de dentro terá publico forçado.
O pior é que os toldos são pequenos e, em hora de ponta, os bebedores de café e fumadores se apertam sob eles, tentando não atirar o fumo para a cara do vizinho e manterem-se a salvo da chuva.
Agora imaginem que acabaram de tomar o primeiro café do dia, que está a chover e que estão cá fora, semi-abrigados, a fumar o cigarro do prazer. E imaginem que da beira do toldo, escorregando por via da lei da gravidade, cai uma grossa gota de água em cheio na pontinha do cigarro mesmo antes de se conseguir dar “aquela” última fumaça.
Juro que não disse nenhum palavrão, que não é a minha maneira de estar. Agora que os pensei… lá isso pensei, e dos piores!

Texto e imagem: by me

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