sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Soluções

Eis uma escada de emergência.
Construída no topo sul de um edifício de uma empresa, está construída de tal forma que, em caso de incêndio, quem a descer estará a salvo das chamas que possam consumir o prédio e o seu interior.
A sua instalação não é de raiz mas, tal como as paredes de betão que a circundam, muitos anos mais nova que a edificação original. Para cumprir as regras de segurança.
Claro que acaba por ser também usada por quem lá trabalha para vir fumar um cigarrito ou aceder mais rapidamente a um outro piso ou à cantina. E todos esperam que nunca seja usada para evacuações a sério.
Claro está que as restrições orçamentais obrigaram, aquando da sua construção, a usar ferro na estrutura e degraus: mais barato, mais leve e com menos alicerces que se fosse feita em alvenaria.
Claro que as senhoras, com os seus sapatos de salto alto, tê-los-ão partido ou mesmo torcido tornozelos, que os buracos dos degraus ainda são grandes.
Solução fácil, para obstar a acidentes de trabalho, foi a proibição dos tais sapatos de salto alto e fininho. Quem quiser beleza que use outros acessos!
Pergunto-me, no entanto, o que estarão à espera que aconteça no dia ou noite em que estas escadas tiverem que ser usadas para o seu destino original: emergência. Tirarão as senhoras os seus sapatos bonitos e na moda, correndo o risco de cortar seriamente os pé no ferro dos degraus?
Suponho que quem optou pela solução da proibição seja homem e que nunca tenha descido esta escada descalço.

O que acaba por ter mesmo graça é que só conhecia este sinal de proibição em embarcações de recreio, de fibra ou madeira, onde os saltos, bem como os pregos dos tacões clássicos, danificam o verniz do convés.


Texto e imagem: by me

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